Belo Monte :
petição do Cacique Raoni

BELO MONTE : o pretexto da energia, a realidade do dano colateral

BELO MONTE : o pretexto da energia, a realidade do dano colateral

A industrialização da Amazônia é o anúncio de um desastre ecológico. A França participa a esta política que está em contradição direta com as promessas feitas durante a C?pula da Terra em Joanesburgo, como também com os objetivos aprovados no seio da Comissão Mundial de Barragens. Quanto à Barragem de Belo Monte, que irá promover, vamos examinar um momento a sua suposta eficácia, no fornecimento de energia limpa civil.

30% da eletricidade produzida pela barragem deveria ser empregada para desenvolver, extrair e refinar os depósitos de minério do Brasil, provocando em seguida outras consequências ambientais relacionadas à exploraçao das minas.

Além disso, esta barragem tornará-se provavelmente, a barragem mais ineficiente jà construída no Brasil : para – supostamente – preservar a região, a área do lago de retenção foi reduzida de 1225 km² iniciais para 516 km². Resultado, a capacidade instalada será de 11.000 megawatts em vez dos 15.000 previstos.  Não há certeza de que a obra cubra os seus custos. O setor privado se mostrando relutante em investir, é finalmente um consórcio dominado por emprêsas publicas que irão assumir a despesa.  

O governo estima o custo da obra de 11 bilhões de dólares, enquanto que os analistas industriais acreditam que sua contrução, muito difícil, custará entre 19 e 30 bilhões de dólares.

Sua produção média anual chegará somente a 39%. Durante os meses da estação seca, indo de julho a outubro, sua capacidade estaria reduzida a 10%, produzindo por consequência somente 1 123 MW.
Seria necessário compensar esta queda de produção através da utilização de usinas térmicas. Um contra senso absoluto, observa José Goldemberg, um dos maiores especialistas da política de energia do Brasil, sendo que as usinas térmicas emitem o gás com efeito estufa que contribue na destrução da floresta amazônica, a qual têmos tentado preservar ao diminuir o volume da bacia de acumulação.

Esta perda de rentabilidade deveria resultar em decisões relativas à construção de reservatórios adicionais para a água fluir continuamente rio acima. Esta é uma das 60 barragens que o governo planeja construir nos proximos 20 anos na bacia amazônica.

Em 2004, 92% da eletricidade produzida no Brasil era hidrelétrica. Haviam mais de 2000 barragens no Brasil, encontrando-se 2/3 do potencial de produção na região amazônica. Ainda em 2004, o Brasil contava 112 hidrelétricas, sendo apenas 22 usinas térmicas de produção superior ou igual a 30 MW.

Estima-se que durante os dez primeiros anos de Belo Monte, 112 milhões de toneladas de dióxido de carbono serão emitidos pela construção. Este dióxido de carbono será convertido em metano pela floresta em decomposição nos reservatórios, sendo o metano, um gaz de efeito estufa, 25 vezes mais perigoso que o CO2. Estudos mostram que a quantidade da emissão de carbono emitidos por uma barragem no Brasil é igual àquela produzida por uma exploração petrolífera.

 O abastecimento de água do povo Juruna será cortado. Espécies de peixes presentes somente na Amazônia serão seriamente ameaçados pela barragem. A vegetação na área será reduzida e a quantidade de água mudará. Os povos indígenas deverão sofrer particularmente com a falta de recursos alimentares.

O conhecimento botânico dos povos da floresta é extremamente desenvolvido quanto a maioria das espécies de plantas dissimuladas no seu territorio. Hoje, estes conhecimentos úteis para toda a humanidade estão ameaçados.

No entanto, os « conhecimentos, inovações e práticas das comunidades locais e indígenas » são levados em conta quanto à definição e implementação de um desenvolvimento sustentável a nível internacional, como defende o artigo « 8j » da Convenção da diversidade biológica, da qual o Brasil é signatario. Protanto, eles deveríam ser progegidos.

A barragem de Belo Monte poderia vir a ser a construção mais devastadora da história da Amazônia.

Os Brasileiros podem economizar 40% do seu consumo anual de eletricidade até 2020 através de uma gestão de energia mais apropriada e uma melhor manutenção das barragens existentes de acordo com o WWF no seu relatorio de 2007. O governo poderia, ao invés, examinar outras alternativas como a eólica e solar, fornecendo alternativas mais ecológicas e que poderiam revelar-se mais eficazes.
 « A posição do governo brasileiro sobre Belo Monte é contraria ao papel central que ocupou na Confêrencia da ONU sobre desenvolvimento sustentavel (Rio +20), em 2012, »  recorda Astrid Puentes, co-diretora da Associaçao Interamericana da defesa ambiental (AIDA).
Assim podemos estar indignados de ver até que ponto, alguns países, incluíndo a França, apóiam o governo de Dilma Rousseff no seu desejo incansável de desenvolver o potencial energético da Amazônia, custe o que custar no plano ambiental, climático, social e jurídico. 


 - por Valérie Cabanes -

 

Ameaçando o coraçao da floresta amazônica, BELO MONTE faz barragem ao nosso futuro. 

Assinem a petição do Cacique Raoni
http://raoni.com/signature-petition-contre-belo-monte.php