Belo Monte :
petição do Cacique Raoni

Hoje 502905 assinaturas.


Notícias da atualidade

Ministério da Cultura do Brasil investe no fortalecimento da Cultura Indígena

Ministério da Cultura do Brasil investe no fortalecimento da Cultura Indígena

ministra Marta Suplicy - © Elisabete Alves / Ascom MinC

Fonte : Ministério da Cultura do Brasil

Uma série de medidas que visam o fortalecimento da Cultura Indígena foi anunciada pela ministra Marta Suplicy na noite desta terça-feira (23). Entre as ações, a ampliação da rede dos Pontos de Cultura Indígenas e a parceria com o Ministério das Comunicações que garantirá a instalação de 50 antenas GESAC - que levam internet para lugares remotos - em Pontos de Cultura.

O anúncio foi feito na solenidade da 4ª Edição do Prêmio Culturas Indígenas - Raoni Metuktire, no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília. Segundo a ministra, uma das estratégias do MinC para a preservação e fomento das tradições se dará com o investimento na transversalidade entre todas as ações da Pasta. Outra vertente de trabalho será o apoio à preservação do patrimônio imaterial da cultura indígena, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Mais cedo, a ministra e a secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural do MinC, Márcia Rollemberg, estiveram reunidas com lideranças indígenas e com o cacique Raoni Metuktire, que é o homenageado do Prêmio este ano. Os índios trouxeram uma carta com reivindicações no campo da Cultura Indígena, documento produzido durante o Fórum Setorial de Culturas Indígenas, que aconteceu entre 19 e 23 de julho.

Entre os pedidos, as lideranças destacaram programas de inclusão cultural, como editais nas áreas de audiovisual pesquisa e incentivo à leitura, voltados para povos indígenas.

A ministra considerou a pauta de reivindicações e disse: - "Vamos colocar estas solicitações como metas para o MinC. Quanto mais a Cultura de vocês mostrar o seu poder, mais força os índios terão para lutar pelo que é seu", afirmou.

O cacique Raoni disse que ficou satisfeito com a receptividade que encontrou no Ministério e acrescentou que "o governo precisa escutar os indígenas para entender as nossas necessidades e trabalharmos juntos".

Prêmio Culturas Indígenas

Na cerimônia desta terça-feira, foram premiadas 100 iniciativas, todas com o objetivo de fortalecer as expressões culturais dos povos e comunidades indígenas. A proposta do prêmio é valorizar a rede de saberes e práticas culturais, dando visibilidade às mais de 300 etnias indígenas de nosso país e à rica contribuição desses povos para o patrimônio cultural brasileiro.

O concurso conta com um investimento total de R$ 1,6 milhão. Nesta edição há 70 prêmios de R$ 15 mil destinados a iniciativas locais e 30 outros, no valor de R$ 20 mil, exclusivamente para iniciativas culturais que contemplem mais de uma comunidade indígena.

A secretária Marcia Rollemberg destacou que o Prêmio faz parte de uma semana muito importante para o MinC, a Semana Cultura Viva de Povos e Comunidades Tradicionais, que conta com várias ações promovidas pelo próprio Ministério. "São quase 10 anos que a Pasta trabalha com a Cultura Indígena e o prêmio é uma forma de reconhecer o que é feito por vocês e para vocês. Só a partir do reconhecimento da Cultura como um pilar teremos chances de um futuro melhor e diferente".

Os projetos apresentados puderam ser desenvolvidos em diversas áreas das expressões das culturas indígenas, tais como terras e territórios indígenas; religião, rituais e festas tradicionais; músicas, cantos e danças e outros campos.

Veja todas as iniciativas premiadas nesta edição do Prêmio Culturas Populares

O homenageado

Nesta edição, o homenageado é uma liderança viva, símbolo de resistência da cultura dos povos indígenas. O cacique Raoni Metuktire (foto à esquerda), personalidade conhecida internacionalmente por sua luta pelos direitos dos povos indígenas e pela preservação das florestas e dos rios da Amazônia.

Ele nasceu em 1930, no estado de Mato Grosso, em uma aldeia chamada Krajmopyjakare (que hoje se chama Kapôt). Foi em 1954 que Raoni e os Caiapós encontraram pela primeira vez os homens brancos. Ele aprendeu a língua portuguesa com os Irmãos Villas-Bôas, famosos indigenistas brasileiros.

Em 1978, foi tema de um documentário intitulado Raoni. O aumento do interesse dos meios de comunicação brasileiros pela questão ambiental fez dele um porta-voz natural da luta pela preservação da floresta amazônica.

Os diferentes povos indígenas da região do Xingu, dos quais Raoni é o mais célebre representante, lutam para preservar sua cultura ancestral. Raoni encontra-se regularmente com grandes líderes, mas continua vivendo em uma simples cabana.


© Ministério da Cultura do Brasil (Texto: Rosiene Assunção / Ascom MinC, Fotos: Elisabete Alves / Ascom MinC)  : artigo original

Date : 25/07/2013

Retorno