O Complexo Hidrelétrico de Belo Monte pode vir a ser um dos maiores desastres sociais e ambientais da história da Amazônia. Se construído, vai desviar e secar o Rio Xingu em um trecho de 100 quilômetros, conhecido como a Volta Grande, deixando o rio seco e povos indígenas, ribeirinhos, populações extrativistas e agricultores familiares sem água, peixe e meios de transporte.
Além disso, vai inundar uma área de 668 quilômetros quadrados, inclusive parte da cidade de Altamira, contribuindo para a perda da biodiversidade, o aumento de doenças como a malária, emissões de gases de efeito estufa e outros graves problemas socioambientais.
Economistas, engenheiros e outros especialistas têm demonstrado que Belo Monte, cujo custo pode chegar a mais de R$30 bilhões, não é um projeto economicamente viável. Mesmo assim, o governo federal tem pressionado o BNDES a utilizar dinheiro do contribuinte brasileiro e de fundos de aposentadoria de empresas estatais para bancar um empreendimento como este, que é altamente arriscado. Existem caminhos muito melhores para promover o desenvolvimento sustentável da Amazônia, com respeito e envolvimento das populações locais e para atender às legitimas necessidades de energia do país, como investimentos em eficiência energética e fontes verdadeiramente limpas, como solar e eólica.